Antes de falar desse assunto, quero deixar algo claro pra você, leitor: Não sondamos a mente do Senhor e nunca vamos compreender a razão por trás de certas coisas, mas nós, cristãos, devemos nos submeter ao senhorio de Cristo independente do que esse senhorio declare pois sabemos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.
Dito isso, é importante trazer à memória que desde o Antigo até o Novo Testamento não houveram mulheres no ofício sacerdotal. Esse é o ponto de partida para entender as coisas. Jesus escolheu 12 discípulos no novo testamento, cuja autoridade foi dada para serem verdadeiros bispos da igreja cristã. Isso tudo não foi obra do acaso, Jesus tinha um propósito pra eles desde (antes de) o dia em que nasceram. Sabemos que haviam mulheres muito piedosas que poderiam ter sido chamadas pra serem discípulas, mas não foram. Quando os discípulos se acorvardaram, foram as mulheres que ficaram aos pés da cruz e da tumba de Jesus. Mas ainda assim, não foram chamadas para serem discípulas.
Os argumentos mais usados a favor do ministério pastoral feminino são os que revelam como as mulheres da bíblia eram valorizadas e atuavam na igreja cristã como profetizas, missionárias etc, o que deixa claro que o maior medo de uma pessoa que aceita o pastorado feminino é que negar o mesmo implique na diminuição da mulher.
Usar missionárias, evangelistas, profetizas como exemplo pra ofício pastoral não é de forma alguma plausível. São ofícios totalmente diferentes.
Além do argumento “mulheres falavam e pregavam o evangelho ajudando os discípulos, logo, eram também bispas”, existe a suposição de que muito provavelmente Priscila escreveu hebreus. Bom, essa hipótese é uma das menos aceitas pelos cristãos. Aliás, a maioria tende a concordar mais com a possibilidade de ser Paulo ou Apolo, por exemplo, já que o autor fez o uso de um particípio masculino ao se referir a si mesmo no manuscrito grego (apesar de que algumas mulheres defendem que escribas adulteraram o manuscrito posteriormente e alteraram o gênero de feminino para masculino).
Enfim, meu foco não é discorrer sobre a autoria de Hebreus e suas diversas possibilidades histórico-arqueológicas, até porque vários defensores do pastorado feminino têm sérios problemas com o entendimento de inerrância bíblica e de bibliologia dizendo que a bíblia não é uniforme, que existem aspectos culturais barrando Jesus, etc. O que importa aqui é perceber que TODOS os argumentos são fundamentados em imaginação e hipóteses. Não importa o que aconteça, o fato é que não se sabe se existiam pastoras “agente secreto” no novo testamento. O ofício pastoral é um ofício muito sério, e é muito perigoso criar linhas paralelas nele com base em imaginação. É POSSÍVEL que Priscila tenha escrito Hebreus. É PROVÁVEL que, se as mulheres eram colaboradoras, também fossem “pastoras”. Nada disso é certo. Mas de certo temos o texto bíblico de 1 Timóteo 3 sobre como devem ser OS BISPOS da igreja. Se você der uma lida vai notar que todos os requisitos são voltados para o masculino, e parece que é natural como se nem houvesse uma discussão na época sobre isso. Paulo até mesmo cita “Marido de uma só mulher”.
Tudo na bíblia é bem pensado, os apóstolos não tiraram as palavras do acaso, foi o próprio Espírito Santo os inspirando. Por que, então, não existe uma opção secundária tipo “mulher de um só homem” ou algo assim?
Já mais adiante quando chegamos na parte dos diáconos, ele adiciona no meio uma observação para mulheres.
Ora, seria coincidência?
Deus escolheu um ser humano do sexo masculino, Cristo o homem, para representar a Si mesmo como Deus na Terra. Os sacerdotes do Antigo Testamento estavam ali representando Deus perante o povo e para esse ofício todos tinham que ser homens. O mesmo acontece hoje em dia com os pastores. O ofício pastoral não é apenas outra forma de pregar o evangelho. É uma coisa totalmente diferente. Precisamos ter em mente que um pastor representa Cristo na Igreja assim como Cristo serviu e falou pelo Pai na Terra. Persona Christi não é apenas uma palavra bonita, mas é significativa para que possamos entender que os homens foram chamados para representar Cristo e ser a ferramenta através da qual Cristo atuará na igreja. As mulheres não são chamadas para isso. Isso não deveria machucar você como mulher. Lembre-se do que eu disse no início. A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Se Ele escolheu que as coisas fossem assim, deveríamos olhar honestamente para as Escrituras, confessá-las e nos submeter ao Seu senhorio, mesmo quando o nosso ego estiver ferido. Talvez, além da interpretação bíblica, nós possamos usar a doutrina dos apóstolos que se encontram na Didache, mas adivinha? Lá também não se encontram bases para pastorado feminino.
Se o ofício pastoral não fosse importantíssimo, a bíblia o teria deixado oculto, teria falado pouco sobre ele. Mas não, a bíblia nos é muito clara sobre esse ofício e nos deixa clara a sua importância também. Partindo do pressuposto de que Deus considera esse ofício importante a ponto de tê-lo deixado bem expresso nos textos bíblicos, pode-se crer que, se Ele desejasse que mulheres exercessem tal ofício, teria o deixado tão claro quanto como deixou aos homens.
Alguém pode dizer que a cultura da época era machista ou algo do tipo, mas Jesus jamais se submeteria às ideologias terrenas se elas fossem contra Sua santa moral. Jesus não se importou com a cultura machista quando se revelou à mulher do poço, nem quando deixou às mulheres a oportunidade de serem as primeiras a saberem e pregarem sua ressurreição aos demais. Não seria machismo que o impediria de chamar mulheres ao ministério pastoral e deixar isso claro nos escritos bíblicos.
Se não temos relatos claros sobre pastorado feminino na bíblia, logo, é impossível ter certeza de sua licitude. Se é impossível ter certeza, logo, segundo a própria escritura, o mais sábio é não defender como se fosse dogma, uma vez que estamos pecando quando fazemos algo sem certeza de estar certo ou não. Quando a bíblia deixa apenas uma parte clara, seja qual for a razão, num caso tão sério como esse, é melhor seguirmos o que temos certeza: pastorado masculino.
Ora, se mulheres devem ser pastoras, negar o ofício à elas seria pecado.
Deus não nos deixaria enganados acerca disso ocultando o ofício feminino da bíblia pra que nós, numa tentativa de seguir a própria escritura, pecássemos contra as mulheres.
E por fim, um adendo importante: A mulher não ter o direito ao ofício pastoral/episcopal não significa que Deus não tem planos ministeriais para mulheres. Deus deu papéis extremamente importantes às mulheres como auxiliadoras dos homens em diversas áreas.
Que Deus nos ajude a entender nosso lugar e papel no drama da Criação.